A primeira casa para robôs em todo o mundo, chamada Robotarium, com 45 inquilinos, quase todos alimentados a energia solar, foi hoje inaugurada no Jardim Central do Bom Sucesso, em Alverca.
"O Robotarium é um pequeno jardim zoológico com vida artificial (animais e plantas que têm a sua autonomia)", explicou à margem da inauguração o artista plástico responsável pelo projecto, Leonel Moura.
Dentro da estrutura em vidro à prova de vandalismo e aço, pintado de amarelo, uma espécie de aquário hexagonal, habitam pacificamente ratos, tubarões, aranhas, crocodilos e uma flor gigante, que quando detectam a presença de visitas no exterior aproveitam para se exibir, uns abrindo-se de forma vistosa, outros seguindo a deslocação dos visitantes ou ainda, no caso dos que estão suspensos no tecto, subindo e descendo conforme o seu comportamento seja mais tímido ou agressivo.
"Estes robôs fazem o que eles querem e não o que eu quero. Dentro daquele espaço estão uma série de robôs que andam ali de um lado para o outro e estão na vida deles. Cada robô interpreta a informação que recebe à sua maneira, eles não fazem todos a mesma coisa", explicou Leonel Moura.
O artista plástico contou ainda que os robôs que estão no Jardim do Bom Sucesso são "muito primitivos", principalmente os que são movidos a raios solares, que por serem de dimensões reduzidas não captam a energia necessária para fazerem "coisas muito sofisticadas".
Aos 45 inquilinos do Robotarium poderão juntar-se mais.
"Eventualmente daqui a um mês um dois vou colocar lá dentro um robot totalmente diferente", revelou.
Apesar de o Verão ser a época melhor para se visitar o pequeno jardim zoológico com vida artificial, nas outras estações do ano também vai ser possível ver os “animais” a mexerem-se.
"Eles mesmo com pouca luz carregam, só que precisam de muito mais tempo para arranjarem a energia suficiente para se mexerem", explicou Leonel Moura.
À noite é que não é a melhor altura para visitar a estrutura, já que os robôs estarão parados.
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